24/09/09

2º ENCONTRO DOS ENTALADOS, DIAS 10 E 11 DE OUTUBRO
Informações brevemente...acho eu!!

02/08/09

Ultimas reflexões

Ultimas reflexões.

Na noite passada saímos do campo base por volta da meia-noite em direcção à face sul do GVI. Uma hora e meia depois, cruzavamos várias acumulações de grandes avalanches recentes. Um encontro bastante perturbador.
Uma hora depois, passámos a fenda da rimaya e rápidamente atingimos o primeiro esporão de rocha. A neve não estava em más condições mas, por debaixo corria água a jorros.
Três e meia da madrugada e a temperatura encontrava-se acima dos zero graus. O céu estava estrelado e o tempo perfeito mas, nos nossos espiritos começavam a surgir as dúvidas... com o calor do novo dia, como iriamos encontrar a neve lá por cima?
Numa parede com cerca de 2000 metros, como iriamos descer se não encontrassemos condições de gelo para montar instalações de rapel?
Era impensável destrepar uma face tão grande como aquela. Este pensamento e uma grande tristeza acompanharam-nos durante a descida de retirada.

Deste modo damos por terminada a expedição sem o sucesso desejado.

Terminamos com um resumo da actividade:

Tinhamos como objectivo principal a escalada do Esporão dos franceses no Gasherbrum II e como objectivo mais ou menos secreto o Gasherbrum VI, com 7004 metros e oficialmente virgem.
O mau tempo constante carregou o GII de neve e impossibilitou uma tentativa realista ao Esporão dos franceses.
No entanto, conseguimos realizar a aclimatação necessária para tentar o GVI. Encontrámos uma possivel linha mais ou menos segura de avalanches na face nordeste da montanha e lançamo-nos a ela.
Escalámos cerca de 800 metros para descobrir uma parede de neve inconsistente, a uns 60 metros da aresta, impossivel de trânspor. Seguiu-se uma sucessão de rapeis e destrepes delicados até à base da parede. Uma aventura que culminou 20 horas depois do seu inicio.
Dias depois decidimos realizar uma tentativa à via normal do GII (uma vez que o Esporão dos franceses era já um assunto esquecido). Subimos ao campo 1 com a intenção de esperar pelo melhor dia de cume. Nesse dia recebemos a noticia que Luis (um amigo espanhol que conheceramos anos antes), desaparecera após uma tardia tentativa de cume no GII. Corria o rumor que tinha caído para a vertente chinesa e que estava morto. As más noticias deixaram-nos perturbados e tristes mas, mantivemos os planos de realizar a nossa tentativa.
Por volta das 21 horas dessa mesma noite foi avistada (também por nós) uma luz de frontal que piscava desde muito alto no GII, na travessia, a cerca de 7700 metros de altitude. Luis estava vivo!
Entre nós e os membros da empresa "Altitude junkies", presentes no campo 1, foi decidida a realização de uma tentativa de resgate. Como sabiamos falar espanhol e inglês, a Daniela e eu voluntariamo-nos para voltar a descer o glaciar até ao campo base de forma a tentar organizar uma equipa de resgate. Infelizmente, uma certa inércia por parte de algumas pessoas e o mau tempo que se instalou nas montanhas nos seguintes dias impediram a subida da ajuda necessária... e o Luis desapareceu para sempre.
Este dramático acontecimento fez desaparecer também a nossa oportunidade e ânimo para voltar a tentar o Gasherbrum II.
Como derradeira tentativa e, depois de "limpar" a nossa tenda do campo 1, voltámo-nos para a face sul do GVI.
O resultado desta incursão encontra-se descrita no inicio deste ultimo relato.

Agora, resta-nos esperar pelos carregadores, para pudermos iniciar o trekking de cerca de 100km do Baltoro, que será o principio do regresso ao "nosso mundo".

Paulo

01/08/09

GVI - aí vamos nós outra vez!!!

31-07

Na moreia do campo base reina o silêncio.
Hoje, algumas equipas voltaram a cruzar o glaciar em direcção ao campo 1. Alguns elementos que compartilhavam connosco o campo base rumaram em direcção a Skardu.
Para além do pessoal das agências, restamos na moreia eu, o Paulo e o Dirk, que amanhã inicia o seu regresso a Skardu.Eu e o Paulo mantemos ainda a esperança de tentar o GVI, mas a meteo não está a querer ajudar. Necessitamos de pelo menos um dia de sol antes de iniciarmos a escalada da face de cerca de 2000m que nos separa do cume da montanha que se encontra mesmo à frente dos nossos narizes.
Queriamos sair hoje à noite, mas o dia está cinzento e alguns flocos de neve insistem em aumentar as nossas duvidas e ansiedade. No entanto, preparamos o equipamento para a tentativa... a ultima tentativa.
Será amanhã à noite o inicio de uma fugaz aventura?
As horas tornam-se longas, mas o tempo foge-nos entre os dedos... estranho contra-senso este...


1-08

Esta noite vamos iniciar a segunda tentativa ao Gasherbrum VI.
A parede está calma e as previsões apontam para bom tempo até ao dia 5. Não necessitamos de tanto. Com sorte bastam-nos dois dias e meio para subir e descer a via que imaginámos na face sul do GVI.
Nesta próxima noite iremos testar as condições da neve na vertente. Se a coisa se apresentar favorável e segura continuamos, senão... daremos por terminada a expedição.

Daniela

28/07/09

GASHER-REFLECTIONS (Part 3)

When we arrived to base camp we went to the spanish group, to let them know Luis was alive, and see if they could organize the helicopter for that same morning.
The next hours were frenetic for us, going frombase camp to base camp to check what could be done. John, a canadian guide, immediately ofered his help, and ofered about 6 botles of oxigen that were in C2, in case they would be needed.
The spanish group (with their agency), organized the helicopter that because of the bad weather never came.
So, that morning and that day, nothing else happened except movement on base camp. Nobody went up to C1, but the members of Altitude Junkies stayed there monitorising the situation.
That day it snowed and the visibility to the upper part of GII was zero. The clouds only allowed a short view to the mountain somewhere in the afternoon, and by that time there was no sign of Luis. On the spot he was last seen the night before, it was only snow. Could he be covered by the snow?Could he get down to C4? C3?
Until today, there is no answers.
The day that followed also snowed, and the clouds prevented the helicopter to come, one more time.
It was not posible to go higher than C1 because of the danger of avalanche, so after that second day, the members of Altitude Junkies came down to base camp.
There was no hope anymore.
At the present moment only Jacek Teler could clarify some aspects about what happened to Luis. But Jacek still did not arrive at base camp, as he stayed a few days in C1 and went directly to try GI, where he still is.

Our thoughts and opinions about Luis disapearance:

- Luis and Jacek pushed to summit at very late hours and with too much wind

Daniela/Paulo

26/07/09

GASHER-REFLECTIONS (Part 1 and 2)

(We apologize to iranian team, to always use the term "iranian members", but we don't know their names. Not all members were involved in the subjects mentioned in the following text, and also the last post)


(The picture attached is refered to the last post. Arian and Michel, from Altitude Junkies , in C1, with one of the bags of garbage left by some iranians in a crevasse)


GASHER-REFLECTIONS


23-07

I'm sitting in my base camp tent looking at the clouds that prevent the rescue helicopter to come. My feelings are mixed, sadness, anger, melancoly...I wonder if the title of this post is the right one. It crossed my mind "8000 - the egoism number", "8000 fever", "8000 lies"...

The GASHERDREAMS is now something that belongs to the past, that stays in my heart as a memory of an unfinished reality, a reality that can never come true in a mountain with more than 8000m, and a "normal route", a climbing route that for some, is the route of selfishness.

On the 21 of July me and Paulo crossed again the glaciar separating base camp from C1. The rumors of a good weather window coming on the 24 and 25, made us believe that we still had a chance.

This time we were heading for the "normal route" of GII. We gave up the idea to climb the "French Spur" because the snow has accumulated on GII in such a way, that we don't think it's possible for 2 persons to break trail on the upper, less steep, part of this route.

After our attempt on GVI, this one also looks as a remote possibilitie. So, the only thing we felt we had left, although it was not our aim, was to go for the "normal route" on GII.

At about 11:00 a.m. We arrived inC1 feeling good, decided to give GII a try. The night before, I could barely sleep, the anxiaty keept me awake. While arriving, we recognized a lot of climbers were descending from C3.

The word was that the day before, some iranian climbers had summited GII in a day of strong winds at altitude. Beside the iranians, up there was also a polish climber, Jacek Teler, and a spanish, Luis Barbero, this one a friend of ours. Luis dream was to summit GII, no matter how, and it was his second year attempting to climb it.

As time went by in the afternoon, the members of iranian team started to arrive to C1, some of them happy for getting the summit (later we knew that they were close to it, but never made it).

After maybe one hour, curious and worried, me and Paulo decided to ask to some iranian members if they knew something about Jacek and Luis. We were worried about Luis, because we knew the "8000 fever" was consuming him since the beginning.

About Jacek, iranians said he was coming down. About Luis... Luis was missing since the "summit day". We found it strange that until we asked, nobody made any coment about Luis, that he disapeared. As our questions about what happened started to pop up, the members of the iranian team to whom we were talking, started to talk about what happened in the day before.
Tomorrow (25-07) we'll go to C1 to pick up all our gear. After all that happened, we are feeling sad, and we don't have any motivation to climb GII.
If we fell ok, and if weather helps, maybe we'll give another try to GVI, this time from the face that stands right in front of base camp (south face)
Daniela/Paulo

Arian and Michael with one of the garbage bags.

24/07/09

De novo no campo base - back to base camp.

Esta mensagem vai em inglês, para que possa chegar a um maior numero de pessoas.

This one and probably the next posts will be in english, because we think it's importante that our message gets to more people. Again, we are in base camp, result of a combination of... a tragic happening and bad weather.
Again, there were some attempts to summit GII, by an iranian mountain federation team, one polish man, and one spanish. One more time, nobody got to the real top of the mountain, the highest point from where one can only go down. Still, the iranian team was celebrating the summiting of some members!
How do we know it?
As a result of a truly sad happening, of witch we'll write about on days to come, and because some members of the iranian team told us (and some other people in BC). Aparently they stopped about 50m from the summit, as the summit ridge was sharp and dangerous, and they did not have enough rope to fix and procced to the summit safely.
Still, they deserve congratulations for getting so close in a very windy day.
BUT we also want to congratulate the members of Altitude Junkies for their great attitude: in camp 1, some members of that same iranian team, fixed a rope to acced a crevasse and through inside 2 huge bags of garbage, in front of Altitude Junkies members.
Imidiately, there was an argument about it! 2 days after (today: July, 23) the members of Altitude Junkies went inside the crevasse, recovered the garbage bags, brought them to base camp and emptied them just in front of the iranians mess tent, in silence. The bags contained gas canisters, plastics, all kind of garbage!
Congratulation guys!

About the tragic happening, we'll write soon, when we feel the moment is right.

About what we shall do...at this moment we realy don't know. The weather is unstable, snowing,and again GII is full of snow, dangerous from C2 up. A second possible line on GVI, is also impossible to try at the moment, because of the danger of avalanches.Also, right now, because of the tragic happening, our mind is not absolutely focus on the montains.

Daniela e Paulo

21/07/09

19 e 20 Julho

19-07

O já famoso "Jetstream "

Quase toda a gente anda lá para cima, pelos GI e GII, espalhados entre os campos 2 e 3 das respectivas montanhas.
Nós, decidimos ficar pelo campo base e vários nos perguntam: "Why aren`t you up there?". A razão pela qual continuamos aqui por baixo tem a ver apenas com um elemento atmosférico... o vento!
Quase todas as previsões apontavam para ventos muito fortes em altitude para os presentes dias. No entanto, o céu claro animou muita gente a realizar uma tentativa de cume. Hoje, pelo menos no GI, ouvimos falar de uma intenção de cume mas, um inesperado nevão a juntar ao anunciado vento intenso impediram a saída dos alpinistas. Aparentemente, a retirada será inevitável, pelo menos nos próximos dias, aliás, vários regressam já ao campo base e outros abandonam os campos mais altos.
Com a esperança que o tempo melhore para o fim da semana, apontamos para sair na madrugada do dia 21, em direcção ao Gasherbrum II. Assim, talvez tenhamos uma oportunidade de cume lá para os dias 24 ou 25. Pelo menos, esse é o plano actual, de acordo com as ultimas novas da meteo!


20-07

Será desta?

Finalmente parece estar a chegar a hora de deixar o campo base. A tão esperada aberta está prevista para o final da semana. Corre a palavra de que nos dias 24 e 25 estará bom tempo. Assim, para que haja uma real possibilidade de escalar o GII, "basta" que até esta data não caia um grande nevão, algo que complicaria a subida entre o campo 2 e o 3.
Com estas perspectivas e cheios de ilusão, amanhã cruzaremos o glaciar em direcção ao campo 1 e "Inshala" lá para os dias 24 ou 25...

Daniela e Paulo

18/07/09

Gasherbrum GVI - A DESCIDA

Com o Sol agora a bater de chofre na face, a retirada do GVI prometia ser dificil. Teriamos de descer precisamente pela mesma linha, o que significava rapelar quase toda a via.
Na verdade, já não existia qualquer urgência em termos de tempo. Agora, o primordial era descer em segurança, independentemente das horas necessárias.
Os rapeis foram-se sucedendo, geralmente com instalações em "Abalakovs" (pontes de gelo) e algum que outro piton de rocha, apesar da dificuldade em encontrar bons locais onde montar reuniões.
A meio da via, realizamos alguns destrepes assegurados e, finalmente, ao anoitecer, alcançamos as rampas menos inclinadas da base da vertente.
A neve encontrava-se agora nas piores condições e enterravamo-nos até ao joelho e ás vezes até à cintura. De qualquer modo, já não importava, pois já nos encontravamos a salvo.
Ás 21.30, chegámos à tenda, cerca de 20 horas depois de iniciar a aventura.
O dia seguinte foi de descanso e programámos para o outro dia uma subida ao campo II do GII, para melhorar a nossa aclimatação. Mas, uma hora depois de sair da tenda, as nossas pernas não pareciam concordar com a nossa vontade e retornámos pelos nossos passos. Pelo visto, ainda estavamos muito cansados da nossa tentativa.
Descemos até ao campo base, sob um nevão e nevoeiro, apenas guiados pelos vestigios do trilho no glaciar. A hora da descida não foi a melhor, pelo que de vez em quando, as nossas pernas descobriam novas crevasses!

Até à data, ninguém, com a excepção de Ueli Steck, atingiu algum cume por aqui. O tempo não tem estado muito famoso, as montanhas estão bastante carregadas de neve e as ultimas previsões apontam para ventos da ordem dos 120 km em altitude para os próximos dias.
Quanto a nós, para já, apontamos em direcção à via normal do GII. A quantidade de neve não nos permite realizar uma tentativa de confiança ao "Esporão dos Franceses", por isso, somos forçados a mudar de objectivo.
Depois, com sorte, talvez ainda nos sobre tempo para uma nova tentativa ao GVI... talvez...

Daniela e Paulo


A descida

17/07/09

Gasherbrum VI - A SUBIDA (tentativa)

Há muito que não dizemos nada.

Ontem, o mau tempo não permitiu carregar a bateria do PDA, por isso, "no news".
Os ultimos 2 dias foram já passados no campo base, após uma tentativa infrutifera ao GVI. Então a história reza assim...

Dia 11, com a ideia de que nos dois dias seguintes estaria bom tempo, saimos do campo base em direcção ao "Campo Esperança", uma tenda que deixámos montada algures a meio do glaciar, bem perto da face do GVI que pretendiamos escalar. Pelas 2 da manhã de dia 12, começou uma longa jornada, que teria o seu final, após quase 20 horas de continua acção, pelas 21:30. Saimos do "Campo Esperança" iluminados pela lua, o que fazia pensar que o bom tempo se íria confirmar. Em cerca de 10 minutos, a suave inclinação do glaciar ficou para trás e de repente eramos dois pequenos pontos que pisavamos terreno que nunca antes tinha sentido a preseça humana. Aquela montanha com que tanto sonhamos pareceu de imediato aceitar a nossa presença, a neve estava em condições bastante aceitáveis, o que nos permitiu uma progressão que, nas primeiras horas nos pareceu surpreendentemente rápida. Lá em baixo, no glaciar, vários pontinhos luminosos avançavam em direcção ao campo 1, soubemos mais tarde que esses pontinhos viam também a luz projectada pelos nossos frontais, já na segunda metade da face que escalávamos com alegria. A pendente começou com uns 55° e acentuou-se à medida que subiamos. Progrediamos em "ensamble", colocando algumas protecções aqui e ali, quando o terreno o permitia, um ou outro parafuso de gelo, um ou outro piton em rocha, por vezes protecções confiáveis, por vezes puramente...psicológicas!
A cerca de metade da face, a pendente acentuou-se. As condições do terreno, que com o avançar das horas se foram tornando mais precárias (neve menos consistente), forçaram-nos em certos trechos a montar reuniões, atrasando assim a escalada. Perto das 5 da manhã, quando começaram a surgir os primeiros traços de claridade, tinhamos bem mais de metade da face por debaixo dos nossos crampons, o que nos fez acreditar que pouco depois do nascer do dia conseguiriamos atingir a longa aresta que dá acesso ao cume. Mas o surgir do dia, trouxe consigo duas surpresas, a temperatura subiu bastante e como consequencia, a qualidade da neve e pouco gelo que existia, tornou-se cada vez mais precária.Também a meteorologia nos surpreendeu, o que era suposto ser um bom dia, surgia como um céu sem sol, a despejar incómodos flocos de neve. Percebia-se que o sol queria sair, mas as nuvens que nos envolviam insistiam em dificultar-lhe essa tarefa. De repente, a escalada tornava-se cada vez mais dura, maiores inclinações num terreno cada vez menos confiável e claro... o tempo necessário para ganhar metros à montanha era cada vez maior.

Meio-dia, a aresta parecia estar mesmo ali, mas as dimensões enganavam-nos.Os 65° que a pendente agora oferecia, iam ainda acentuar-se! As modestas cornijas vistas do glaciar eram agora enormes tectos de neve, que de quando em vez deixavam cair pequenos troços de gelo. Pequenas avalanches provocadas pelo calor e algumas rochas que se soltavam e zumbiam devido à velocidade, provocavam um stress cada vez maior. O grau de confiança... esse começava a descer. Apesar de muito perto, talvez a cerca de 100m da aresta (e com mais de 700 metros de ascensão cumpridos), a tarefa de a atingir parecia cada vez mais complicada. Olhamos em volta com ideia de montar a tenda, ainda sem saber muito bem se o objectivo do dia seguinte seria continuar, mas à nossa volta, tudo era terrivelmente empinado e exposto, pelo que fomos forçados a admitir que ou iamos para cima... ou para baixo!
- "Paulo, sobe lá mais um bocado, até áquelas rochas, pode ser que dê!"
Apenas mais dois largos de escalada e estariamos na aresta. Numa desconfortável reunião de dois parafusos de gelo, eu asseguráva e o Paulo tentava progredir numa pendente de 70° de gelo de fraca qualidade.
- "Acho que não vou conseguir".
Um segundo depois, vejo o piolet que tinha na mão esquerda a enterrar-se num troço de neve que se desfez como areia. Acima das nossas cabeças erguiam-se uns pequenos esporões de neve vertical perfeitamente inconsistente, resultado da acumulação provocada pelos ventos constantes que sopram do lado oposto da montanha. A culminar esses esporões, algumas cornijas complicavam ainda mais a saída para a tão desejada aresta. Tornara-se impossivel tanto progredir, como proteger.

O resultado do esforço estava à vista: teriamos de descer!

(continua)

Daniela Teixeira




Daniela no Gasherbrum VI



Paulo no Gasherbrum VI

15/07/09

De regresso ao Campo Base

Hoje recebi um telefonema (via satélite) da Daniela e do Paulo. Transmitiram-me que estão de regresso ao Campo Base em perfeito estado de saúde após a tentativa falhada ao Gasherbrum VI.

Também descreveram o panorama das condições das montanhas circundantes (e basta dar uma volta aqui pela web para ver que esta temporada no Baltoro alpinistas nos cumes são quase nulos) que estão extremamente carregadas de neve de pouca consistencia.

Amanhã vão tentar colocar aqui um post a relatar as vivencias dos últimos dias.

10/07/09

GASHERBRUM VI (G6)

No passado dia 2, deveria ter aparecido aqui uma mensagem/post escrito pela Daniela e Paulo, acerca das suas intenções do decorrer desta expedição. Mas, devido a problemas técnicos nas comunicações informáticas, a citada mensagem não chegou.

Após uma estadia relativamente longa no Campo Base, e apesar do principal objectivo anunciado para esta expedição ser a ascensão na via «Esporão dos Franceses» no Gasherbrum II (8035 mts), à saída de Portugal havia um segundo objectivo menos divulgado: a primeira ascensão ao “virgem” cume do Gasherbrum VI (7004 mts).

O Gasherbrum VI (GVI), é um vizinho dos gigantes G I e G II e do belo e inigualável G IV. Tem cerca de 7004 metros de altitude e nunca antes foi oficialmente escalado. Algumas foram as expedições que tentaram esta codiciada primeira ascensão, mas sem sucesso até à data. Por incrível que pareça, nunca ninguém pisou este cume!

Neste momento, a Daniela e o Paulo estão em plena tentativa de abertura da primeira via ao cume desta grandiosa montanha.

Seguramente será um êxito!!!


Apesar das escassas informações, em principio esta tentativa decorre sobre a face Nordeste do G VI e sua aresta final (a confirmar!)


Daniela and Paulo are trying now the first ascent of the unclimbed Gasherbrum VI peak.




26/06/09

Aclimatação - Primeira incursão ao campo 1

24 a 26-06-2009

3 da madrugada. Um frio moderado acompanha a nossa saída do campo base em direcção ao campo 1, ou base avançado. Atravessamos o enorme glaciar que vence quase mil metros de desnivel. Formamos uma cordada de três. Acompanha-nos Dirk, um simpático alemão que se juntou a nós para cruzar o glaciar em segurança.
Dias antes, uma equipa internacional, com o objectivo de abrir uma nova via no Gasherbrum III, tinha já marcado todo o trilho. Foi um trabalho que lhes ocupou vários dias, devido a desfavoráveis condições de neve e às labirinticas caracteristicas do glaciar.
Aqui fica o nosso agradecimento a esta equipa, que facilitou imenso o acesso, a todos os que pretendem escalar os Gasherbrums.
Relativamente ao ano passado, o glaciar encontra-se (por enquanto) em optimas condições. Não sentimos saudades nenhumas dos ameaçadores blocos de gelo outrora pendiam sobre as nossas cabeças, nem das grandes crevasses, que punham à prova as nossas capacidades atléticas (e mentais!).
Nesta primeira incursão, demoramos sete horas para alcançar o campo 1.
Para curar a caminhada e relembrar a nossa tão rica gastronomia, juntamos ao corriqueiro chá, um belo naco de salpicão. Como se tal não fosse absolutamente compensador, um salmão em molho de tomate e basílio acalmou as nossas mentes (e estômagos) famintos.
A noite não tardou em chegar e decorreu com normalidade, entenda-se normalidade como: a Daniela em (quase) perfeitas condições (não se livrou de uns ataques de tosse, residuos da crise de sinusite) e eu com uma clássica dor de cabeça!
Por volta das cinco da manhã, com o frio a morder-nos os ossos, retornámos ao campo base, onde chegamos muito a tempo de tomar o pequeno-almoço. É incrivel, como as longas sete horas para subir, se transformaram em escassas duas e meia para regressar!
Cá por baixo, voltamos a dedicar-nos à vidinha fácil de campo base, preparando desta forma a próxima etapa da aclimatação, antes de tentar escalar... qualquer coisa!

23/06/09

CAMPO BASE

22 e 23 de Junho

Que bem que sabe o descanso por estas bandas, e que bem que sabe utilizar novamente o nariz para respirar. As recuperações a esta altitude são mais demoradas mas cremos que estamos com as condições mínimas para darmos um “pulinho” ao Campo Base Avançado ou Campo 1.


Pois é, amanhã por volta das três da madrugada vamos rever o enorme pedaço de gelo que nos separa da verdadeira base do GII, aquele labirinto gigante que outrora tanto tempo e atenção nos absorveu. Desta vez temos uma pequena vantagem, outros já trilharam o caminho com o que, com sorte, basta-nos seguir o rasto de “crampons” e não perder as bandeirolas de vista. Mas, não nos devemos safar a umas boas 7 ou 8 horas até atingir-mos o lugar para repousar os ossos aos cerca de 6000 metros.

Connosco irá também um Alemão com quem partilhamos o Campo Base. Conhecemos já um pouco a peça e faremos seguramente uma divertida cordada de três… o numero que Deus fez!

A meteorologia adivinha-se favorável para os próximos dias, tal como esteve nos dois últimos. Os raios com que o sol nos tem brindado são essenciais para secar o “cuecame”!!!

Daniela e Paulo

21/06/09

Gore II-Shangri-Campo base

18 a 21-06-2009

Em Gore II mais um acordar sob um gélido manto de neve... Gélido o suficente para os carregadores se recusarem a avançar. Assim, fomos forçados a ter um dia extra de repouso.
A caminhada de dia 19, entre Gore II e Shangri aos 4700 metros, poderia ter decorrido normalmente, se não nos tivessem enchido os cantis com água com um insuportável sabor estranho.
Incompreensivelmente, o nosso staff colocou a água para beber num barril onde antes estivera combustivel, pelo que esta ganhou um inconfundivel sabor a petróleo. A consequencia foram três horas de caminhada a seco com toda a gente a reclamar em Concordia, onde por força das reclamações conseguimos obter alguns liquidos.
Pós Concordia,até ao campo de Shangri, para mim (Daniela) a coisa foi penosa, nem as belas vistas sobre as montanhas foram suficientes para atenuar uma terrivel dor de garganta, presságio de uma grande crise de sinusite!
Entre Shangri e o campo base é que foram elas: um misto entre a desidratação e intoxicação do dia anterior, à mistura com o efeito dos medicamentos contra a sinusite e com a própria sinusite, transformaram o trek final numa verdadeira odisseia, especialmente nas primeiras horas da manhã. Pouco a pouco, fui melhorando, mas ainda assim, o que deveria ter sido uma simples caminhada de 2,5h, transformou-se numa tortuosa viagem de 4h.
O resto do dia, foi para merecido descanso, assim como o dia de hoje...nada melhor para começar a recuperar da narigota inflamada!
O Paulo?
Está muito bem e recomenda-se!
Espero estar como ele dentro de um ou dois dias, para fazermos a primeira incursão no glaciar e assim iniciarmos oficialmente o processo de aclimatação.

17/06/09

Paiju-Urdukas-Gore II

16 e 17-06-2009


Paiju-Urdukas-Gore II


Ontem foi o dia mais longo, de Paiju a Urdukas, 6,5h.
O mau tempo teima em acompanhar-nos e desta presenteou-nos com névoa e flocos de neve. As frescas roupas do ano passado, deram lugar a forros polares e pela noite, a casacos de penas!
As montanhas observam-nos agora com um aspecto invernal, fora do comum nesta altura do ano.
Hoje tivemos um surpreendente acordar. O campo de Urdukas, aos 4000m, despertou sob um fino véu de neve, suficiente para desmotivar os carregadores a iniciar a sua marcha. Finalmente, por volta das 8 da manhã, os mais fortes decidiram-se a começar a marcha motivando os restantes a avançar.
Em poucos instantes, formou-se uma mega caravana de carregadores, salpicados pelos coloridos alpinistas, que se dirigem para os Gasher's e Broad Peak (talvez alguns para o K2).
Desta não tivemos direito às fabulosas vistas sobre o Masherbrum.

Quanto a mim (Paulo), quero deixar uma beijoca de parabéns à Daniela (mesmo aqui ao lado), que faz hoje anos.


Confesso que é a primeira vez que vejo nevar no meu dia de anos!

A caminho de Urdukas, Trango


A chegar a Urdukas, Catedrais do Baltoro

A caminho de Goro II, Masherbrum

Gasherbrum IV

15/06/09

Skardu-Askole-Johla-Paiju



12 a 15-06-2009




Tudo este ano está diferente, o comum com 2008 é apenas o percurso.




Entre Skardu e Askole, a viagem decorreu com uma inesperada tranquilidade e um inesperado conforto, mas... ao contrario do ano passado, já não somos dos primeiros da época, outras expedições coincidem com a nossa nas jornadas até à base das montanhas.




Os 40 carregadores de 2008, são hoje mais de 500, repartidos pelos diversos grupos. Encontramos Askole, Jhola e Paiju, transformados num antro de tendas e confusão, apesar de dizerem que este ano, o assédio ao Karakorum é muito inferior.



Longe vai a tranquilidade do ano passado.




A temperatura, está bastante mais baixa, desta vez ideal para caminhar.



Os picos, bastante mais nevados, o que faz despertar a nossa curiosidade... qual o aspecto dos Gasherbrum`s?




Desta, em Paiju houve realmente a tradicional e barulhenta festa de carregadores, à qual se juntaram alguns ocidentais.




Hoje, descanso merecido, não pelo cansaço físico, mas pela cabeça pesada, resultado da ultima noite de barafunda!


14/06/09

Chegada a Paiju


Chegámos hoje a Paiju e ficamos por cá a descansar amanhã.

Mais novidades amanhã!


A caminho de Jhula



Novamente a caminho de Jhula

A caminho de Paiju


Depósitos de terraço a caminho de Paiju


12/06/09

De Skardu para Askole


Realizámos a viagem de jeep para Askole sem contratempos, apesar do caminho de cabras.

Amanhã iniciamos a marcha de aproximação ao Campo Base.

De Skardu para Askole



Em Askole



11/06/09

SKARDU NON-STOP

Aos amigos Larau que fez anos ontem e Miguel Vila que faz hoje...PARABÉNS!!!! Bebam um caneco por nós (que por aqui é lei seca!).
Ufa ufa, já estamos em Skardu, após uma longa viagem de 26h enjaulados num pequenito autocarro.
Desta vez, fizemos a viagem directamente de Islamabad sem paragem para dormir. Saímos às 23:00 de dia 10, para chegar à 1:15 de dia 12.


Connosco viajaram os futuros companheiros de campo base (3 polacos e um alemão) e dois trekkers (inglês e canadiano), tudo boa gente.


Cá fica a confissão: estamos todos partidos!!! Valha-nos as 9 horas de sono hoje, para recuperar as já 3 noites quase sem dormir!


Para nossa surpresa, as montanhas à volta de Skardu apresentam-se com muito mais neve do que no ano passado.


Soubemos também, que no seco trekking que fizemos o ano passado até ao campo base, há já alguns centímetros de neve! Adivinha-se portanto, que as montanhas devem estar bastante mais carregadas.


De resto, o normal por estes lados, depois das compras básicas, falta-nos fazer o "puzzle dos quilos", conseguir enfiar 25kg certinhos em cada um dos 6 bidões a levar para o campo base...não queremos danificar para lá da conta, os costados dos nossos carregadores!


Hoje acabam-se os contactos com a civilização, desde aqui, nada mais de Internet, cama fofinha e banho de chuveiro (viva o mau cheiro!!!!)...tudo isto fica esquecido durante a expedição.


Mas daremos noticias regulares (o mais regulares que conseguirmos!) pelo telefone satélite...aguardem-nos! eheheheh




E por ai, tudo bem?


Quem tem feito praia?


Quem tem escalado?


Contem-nos de vocês!!!!!




Até...quando dermos noticias!

09/06/09

ISLAMABAD

A Islamabad já chegámos, após longas horas de voo, esperas nos aeroportos...e alguma fome :).
Ainda com o sono...mal amanhado, vamos sair daqui para Skardu ainda esta noite de carro (...que azafama!). A ideia é fazer a viagem directamente até Skardu, ou seja, esperam-nos cerca de 26h de viagem pela Karakorum Highway (que de verdadeira highway não tem nada!) até à capital do Baltistão.
Depois, está prometido um dia de semi-descanso e duas noites para recompor os sonos.
Curiosa foi a nossa passagem pelo aeroporto de Londres, em que ao pequeno almoço, as primeiras palavras que escutamos foram em português "ouve lá, não sou nenhuma palhaça", dizia uma das pessoas que estava a servir para um outro! Claro que ao ouvir isto, em vez do tradicional "Excuse me", recorremos ao "Por favor"...muita sorte não dizermos "Olha lá, ò meu!".
Por agora é tudo, mais novidades de Skardu...em princípio.
Até breve...

08/06/09

Partida


Ontem pelas 18h35 a Daniela e o Paulo partiram com destino a Islamabad (capital do Paquistão) via Londres, para darem inicio a mais esta expedição.


Muito boa sorte a ambos!!!

03/06/09

...de partida...


Está quase...quase quase...já não contamos os dias mas as horas.

Às 18:35 de Domingo (7 de Junho), entramos no avião para Londres, iniciando assim o percurso que nos levará ao sopé do Gasherbrum II.

We’re almost going...we’re already not counting the days, but the hours.

At 18:35, next Sunday (7th of June), we get in the plain heading to London, starting the journey that will lead us to Gasherbrum II

Após 1 ano o nosso sonho volta a transformar-se em realidade. Não foi fácil percorrer os dias que nos separaram desta aventura. Não foi fácil, mas passamos por eles cheios de entusiasmo e a acreditar sempre que era possível voltar (apesar de vermos as nossas carteiras cada dia mais vazias, já que desta, a expedição saiu-nos financeiramente do bolso...todinha!).

After one whole year our dream came true. It was not easy to go by the days separating us of this adventure. It was not easy, but we lived them with enthusiasm, and believing at all times that it would be possible to go back (even when our wallets where getting more and more empty everyday, since we paid ourselves for this expedition…all of it!).

Relembro uma frase de um livro do Luís Sepúlveda, que desde que a li permanece na minha cabeça “Só consegue voar quem se atreve a faze-lo”.

Esta simples frase resume o percurso percorrido até aqui. Foi a acreditar e a trabalhar para este projecto, que o vamos conseguir realizar.

I now remember a sentence I once read in a Luís Sepulveda book, “It can only fly, the ones who dare to try it”.

This simple sentence explains all the way we’ve been to get here. It was believe and working hard for this expedition that we can now go for it.

Quebrando o romantismo e passando ao prático, deixamos aqui o programa de festas, para que saibam mais ou menos por onde andamos. Claro está que a coisa não é linear, nestas aventuras impera o planeamento à vista...mas cá vai (desculpem ir só em inglês, é que este é o plano escrito pela agencia que nos acompanha até ao campo base...já não tenho cabeça para traduzir tudo para português):

We now paste the approximate party program, so that you know more or less where we are. Of course this can change, in this kind of adventures one cannot plan it all, but here it goes…


PRÓXIMAS NOVIDADES...JÁ DO PAQUISTÃO!

ATÉ BREVE...

Next post already from Pakistan...see you...



(O dia 1 será 9 de Junho, dia em que chegamos a Islamabad. Dia 11 de Agosto, voamos de volta a Portugal)

(Day 1 will be 9th of June, when we will arrive in Islamabad. On the 11th of August, we fly back to Portugal)

DAY 01 & 02 ARRIVAL RAWALPINDI / ISLAMABAD

Upon arrival met and transfer to hotel in Rawalpindi. After a short rest drive to Islamabad, Ministry of Tourism to complete the necessary formalities and obtain climbing permit.

DAY 03 RAWALPINDI/SKARDU

Fly to Skardu, If unable to fly, same day we will drive to Skardu 2300m, spending a night in Chilas.

DAKY 04 SKARDU

Emergency day in case, flight does not operate on day 03 this day will be use to transfer the members by road from Chilas to Skardu. Total drive time from Islamabad to Skardu is 22-24 hours.

DAY 05 SKARDU

Final arrangement for the expedition.

DAY 06 SKARDU -TO- ASKOLE

Embark jeeps for a full day ride on a winding jeep trail to Askole 3050m - The last village on our way to the Great Glaciers. Overnight in tents. All meals served by camp staff. Distance 96 Km, Drive 07-08 Hrs. Altitude 3050 M.

Note :-The road to Askole comes undergoing rapid erosion and gets closed quite often. If unable to jeep, the group will disembark & walk to Askole on the same day or camp for overnight (subject to distance).

DAY 07 ASKOLE -TO- KOROPHONE

Today we leave the last inhabited village. For the remaining portion of our journey we rely on our porters who carry our food and equipment for the expedition. After scrambling over a ridge we come across what legend says an old polo field. Passing through a rock gap we cross the Biafo glacier and camp beside its snout at korophone. The Biafo Glacier is a huge river of ice 63 Km long which descends from the central peaks of the Karakoram & flows East into the Braldu Valley at a point about 10 Kms east of Askole. Overnight in tents All meals served by camp staff. Walk : 03 - 04 hrs, Grade : Easy, Altitude : 3100 M,

DAY 08 KOROPHONE -TO- JHULA

Trek to the Dumurdo river cross at Jhula, (Jhula means wire rope bridge sported by a wooden basket), now a wooden bridge is made cross it & camp beside a torrent facing the Bakhordas. Walk : 03-04 hrs, Grade : Strenuous, Altitude : 3150 M

DAY 09 JHULA -TO- PAIJU

Resume trek along the Braldu River to a green Oasis under the shadows of Paiju Peak 6611 M. Paiju - is a Balti word which means "SALT". Since there are some rock salt deposits at the base of this peak, the locals believe that the snow on the summit of Paiju Peak is not snow but a huge deposit of salt which drips down to the base. From this camp we have the first views of the impressive Baltoro Glacier. Overnight in tents. Walk : 05-06 hrs, Grade : Moderate, Altitude : 3480 M.

DAY 10 PAIJU - Rest Day

Rest & acclimatization day at Piaju. Overnight in tents. All meals served by camp staff.

DAY 11 PAIJU -TO- URDUKAS

Begin trek after an early breakfast. Traverse the junction of Paiju - Baltoro Glaciers through crevasses & lunch below Liligo, the traditional camp under the muddy cliffs with fine views of rock spires. Cross the Khuburse torrent early morning and ramble over two glacier moraines to reach the grassy slopes of Urdukas offering splendid views of the Trango, Uli Biaho & Bial Groups. Overnight in tents. All meals served by camp staff. Walk : 06-07 hrs, Grade : Moderate, Altitude : 4130 M

DAY 12 URDUKAS -TO- GORO

A long walk on the icy Baltoro Glacier. Traverse the Yermanandu Glacier which flows down from Masherbrum & joins the Baltoro. Magnificent views of Muztagh, Mitre & Gasherbrum IV. Overnight in tents. All meals served by camp staff. Walk : 06-07 hrs, Grade : Strenuous, Altitude : 4500 M.

DAY 13 GORO TO CONCORDIA

After an early breakfast, resume a long walk on the Baltoro Glacier to a point called Concordia - a huge junction of Baltoro, Abruzzi & Godwin Austin Glaciers at 4000 meters . Within a short radius of 15 Kilometers, stand 41 peaks over 6500 meters. including 04 peaks above 8000 M. The 360 view offers a panorama of peaks nowhere to be found on this Earth. Overnight in tents. All meals served by camp staff. Walk : 05 - 06 hrs, Grade : strenuous, Altitude : 4720 M.

DAY 14 CONCORDIA REST DAY

Final day of trek to Gasherbrum base. A 4-6 hrs trek will bring you to the base of Gasherbrum, here you will say good bye to your porters for about 5 weeks. Overnight in tents. All meals served by camp staff. Walk : 04-06 hrs, Grade : strenuous, Altitude : 4650 M.

DAY 15 CLIMBING

DAY 56 CLIMBING

41 days of non guided climb will start from today. During the climbing period our staff will be at base camp to help and assist you.

DAY 57 TREKKING BACK TO ALI CAMP

After an early breakfast leave the K2 base camp and we will cross Concordia and several side glacier to reach our right path. After 4-5 hours we will reach Vigne glacier, it is also possible to walk on the Vigne glacier which is fairly easy then walking on the stony bath on the right side of the glacier but it depend on the snow condition. Overnight in tents..

DAY 58 ALI CAMP -CROSS GONDOGORO PASS- KHUSPANG

A very early start as early as 2 or 3 O’clock does in the morning to cross the Gondogoro la to reach Khuspang. The basic theme behind the early walk to reach the top of the Gondogoro Pass 5700 meters is that in the morning snow will be soft and you will not get tired quickly as the sun is not strong, but as sun get strong snow get soft, snow going to be melt and bring water and stones, also the chance of ice falls or avalanches. Overnight in tents. All meals served by camp staff. Walk : 10 - 11 hrs, Grade : Strenuous, Altitude : 5700 M

DAY 59 KHUSPANG -TO- SHAICHO

After a couple of minutes of easy walk we will comes onto the glacier. You pick your way across moving boulders and ice, finally crossing the glacier up to the camping site to reach Dalsangpa, meaning 'field of flowers', lives up to its name. It is a beautiful campsite at about 4,150 meters, set between two lakes, with Masherbrum Mountain and the white glacier cascading down from Masherbrum Pass reflected in the still water. Resume trek along the path, Keep yourself on the left side of the lateral moraine, crossing several side streams. The next hour is an unpleasant scramble along the stony, sliding glacier edge, with huge boulders poised above, ready to fall.

Continue your trek along the path goes down hill to the summer settlement called Shaicho, a large shepherds settlement with its won mosque, now here you can find a hotel and mountaineering equipment shop. This is the traditional camp among the forest of juniper, cedar and willow trees with giant bushes of wild roses and a good water supply. Walk : 07-08 hrs, Grade : Moderate, Altitude :.

DAY 60 SHAICHO -TO- HUSHEY

After breakfast continue your walk along the Hushey river on a easy path. Upon arrival camp near the fields in Hushey village. An easy day will bring you to Hushey village. Evening free. Overnight in tents.

DAY 61 HUSHEY -TO- SKARDU

AM : Embark jeeps for a full day ride on a winding jeep trail to Skardu. Upon arrival transfer to your chosen hotel. All meals included.

DAY 62 SKARDU - RAWALPINIDI

Early in the morning fly to Islamabad, if unable to fly same day drive to Gilgit. Overnight hotel.

DAY 63 RAWALPINDI

Upon arrival transfer to your hotel in Rawalpindi. Evening sightseeing.

If unable to fly on day 62. this day will be use to transfer from Gilgit to Islamabad by road.

DAY 64 RAWALPINDI

De-briefing at Ministry of Tourism Islamabad. Evening free

DAY 65 FLY BACK HOME

Transfer to airport for your onward flight to abroad.

End of our services

01/06/09

Aos Amigos


Pois é, este um post mais delicado, pois não queremos esquecer ninguém!
Por isso, aos que se sentirem esquecidos, o nosso obrigado pela amizade e pelo apoio que nos têm sempre dado.

No último fim-de-semana, ao verificarmos as ligações entre PDA e telefone satélite, encontramos alguns mails que nos enviaram no final da última expedição (sim sim, a dos Gasherbrum’s) e que ainda não tínhamos lido.
Um deles vinha da Teresa Leal e do João Gaspar e datava de dia 15/08/2009, aqui fica um excerto:

“.....Nem sei se vêm estes mails e os outros que vos enviámos mas, estamos MUITO FELIZES por ter noticias vossas. Pregaram-nos cá um susto... sabíamos que nada de grave poderia ter acontecido mas, tantos dias sem noticias... e tantos dias lá em cima..., depois ocorreu-me a única hipótese possível na minha cabeça: “o telefone satélite avariou e não podem comunicar, é só isso, nada mais”... o Grillo ia sendo a central de informações e mal disfarçava a preocupação de não ter noticias. Já andávamos em brain storming a desenhar um plano de comunicação, informação, pesquisa, procura, qualquer coisa, quando recebo dele a mensagem: “soube agora que chegaram ao campo base e que estão bem!” –nas primeiras palavras senti um alivio, algo físico que desceu pelas costas...”

É tão bom ler estes mails, fazem com que regressemos àquelas montanhas ainda com mais vontade, mais motivação e mais felizes. É assim o apoio dos amigos, é muito bom saber que mesmo longe, estão sempre perto de nós.

Um grande obrigado...

  • Miguel Grillo e Ema, muuuuuuiiiiiiiiito obrigado pela vossa sempre presente amizade e apoio e pela ajuda que vão dar na manutenção deste blog.
  • Um enooooormeeeee obrigado a um Mouro especial, um Lisboeta de primeira, o “Mister” António Cabral, que continua a treinar-me para que lá por cima, ande cada vez mais e arfe cada vez menos (é preciso uma certa paciência para te aturar, mas quem se mete nas montanhas, tende a cultivar este dom ehehehe). Treinador e amigo, é o que se quer! :) Melhor é difícil!
  • Um “Obrigado Carágo!” ao Pedro Guedes e à Espaços Naturais, que para além da amizade, sempre nos apoiou com material. Pedro, desta não recorremos a ti de uma forma directa para a expedição, porque já tínhamos o material que nos ofereceste o ano passado – o fato de plumas deu para o Paulo um bom pijama de altitude (e não só :) ).
  • Bruno Gaspar (Brunex para os amigos) e Clube de Montanhismo da Figueira da Foz, levamos a t-shirt verde que vocês tão bem conhecem!
  • Miguel Vila e João Cunha, colegas que me aguentam dia após dia após dia após dia... Que seria de mim sem o vosso apoio!!!
  • Viaponte, a empresa onde trabalho, por respeitar e permitir a concretização destes sonhos.
  • Mário Pardo e Sara, por uma ajuda de ultima hora ;)
  • Aos pais Teixeiras e Roxos, por nos porem no mundo, por nos aturarem, por se preocuparem, por ficarem felizes quando sorrimos, por nos fazerem como somos. Bem sabemos que serão 2 meses de preocupação...esse peso partilhamos convosco, mas breve estaremos todos juntos novamente.

A todos os que aqui não constam, mas que sabemos que estão perto e levamos no coração.

Pelas serras do Karakorum, convosco vamos formar a mega cordada mais bonita do planeta, a cordada da amizade.

26/05/09


Desta ficam os nossos agradecimentos à D’Maker, representante das marcas Faders, Edelweiss, Princetontec, Trek’n’Eat e Vipole.


A D’Maker acompanha-nos há 1 ano, já esteve connosco na Expedição Gasherbrum 2008 e volta a apoiar-nos na Gasherdreams.

É já seguro que vamos comer mousse de chocolate e arroz doce aos 7000m e de que vamos poupar as pernas nos 100km de trekking até ao campo base com um bom par de bastões.

As cordas a utilizar são novinhas, assim como os capacetes e toda a panóplia de mosquetões. Luz, também não vai faltar...só se for por falta de pilhas...mas como a Princetontec não as fabrica, esse item é da nossa inteira responsabilidade!

Aqui fica o nosso obrigado à D’Maker e ao Carlos Vieira, por nos apoiar mais uma vez..


On this one, we want to thank D’Maker, the portuguese distributor of the brands Faders, Edelweiss, Princetontec, Trek’n’Eat e Vipole.

D’Maker is with us for a year, it was already our equipment partner in the expedition Gasherbrum 2008, and is now again supporting us in Gasherdreams.

It’s currently safe to say that we’ll have chocolate mousse and vanilla rice pudding at 7000m hight, and we’ll spare our legs in the long 100 km trekking until base camp with a good pair of poles.

We’ll use new ropes helmets and carabineers. We’ll also not miss proper light…only if we miss the batteries…but since Princetontec is not making those, that item is entirely our responsibility!

So again, thank you D’Maker, and Carlos Vieira, for the support once again.

21/05/09

(Desta resolvemos partir os agradecimentos em 3 partes: EQUIP, D’Maker e Amigos)


EQUIP Outdoor Technologies


RAB & PodSacs


Há uns tempos atrás, espreitei diversas vezes a página da RAB. Cobiçava os casacos de penas da marca, porque me pareciam ideais para a actividade a que nos propomos.

Uma pequena tenda prendeu também a minha atenção, pesava somente 2,2kg! Era o peso ideal para repartir entre as minhas costas e as do Paulo.

Pela página da RAB, cheguei à PodSacs. Confesso que não conhecia esta marca, mas do que vi, as mochilas disponíveis tornaram-se...bastante apetecíveis. Em parte pela especificidade dos detalhes e claro está...pelo peso, ou melhor, pela leveza!

Quanto mais conhecia das marcas, mais interesse tinha no material. Facilmente percebi porque estava tão bem concebido, é que é feito por alpinistas, para alpinistas! É desenhado por gente conhece bem as necessidades em cada actividade, porque são praticantes.

Certo dia lá me decidi a contacta-los, e após várias trocas de mails, com conselhos sobre qual o equipamento mais indicado para a expedição, foram feitas as escolhas. Pouco depois chegou uma caixa em que, para além dos casacos de penas que tanto cobiçamos (Neutrino Andes Jacket and Summit Batura Jacket), recebemos luvas de expedição, casacos Vapor-rised, mochilas PodSacs e a nova tenda da RAB (Summit Superlite Bivi) que em vez de ter 2,2kg, tem 1,5!!!!!

Como contrapartida, muito nos agradou que a principal preocupação fosse o darmos feed-back do material que vamos levar, para que este possa ser melhorado ainda mais.

Aqui fica o nosso obrigado à Equipuk, à qual pertencem as marcas RAB e PodSacs e à Nikki, com quem contactei frequentemente.

Obrigado, pelo apoio e pela eficiência.

Thank you guys!


Some time ago, I peeked several times at RAB’s web page. I was looking for some down jackets and 2 of their models looked great for the climb we have planned.

There was also a small tent catching my attention, weighing 2,2kg! I imagined it would be the ideal weight to share between my back and Paulo’s.

Through RAB’s page I found out about Podsacs and I must confess I wasn’t aware of this brand! I investigated further and the backpacks available became very…attractive to us. Partly because of the designers obvious attention to detail, the high technical specification and of course…because of the weight, or…the lack of it!

The more I saw the materials and gear available, the more my interest grew. It was easy to understand why the gear was so well specified. It’s because it is designed by alpinists, for alpinists. By people that understand the athletes needs in every activity, because they practice it themselves.

One day I decided to contact RAB, and many emails were exchanged, advice offered and decisions made. So at last our package arrived! In addition to the much wanted down jackets (Neutrino Andes Jacket and Summit Batura Jacket), we also received Expedition Mitts, Vapour-rise Jackets, Podsacs and the new tent Summit Superlite Bivi, that instead of 2,2kg has 1,5kg!!!!

As a feed-back, it pleased me a lot to realise that their main concern was that we made reports about the gear, in a way that they can make it even better.

So we want to thank Equipuk, RAB and PodSacs for the support for Gasherdreams expedition, and Nikki, with whom we had frequent contact.

Thanks you guys, for your support, and efficiency!